quarta-feira, 16 de junho de 2010

por uma gênese

está escrito: "no princípio era o verbo". e já me detenho.
merece a palavra valor tão perfeito?
não. é preciso que eu traduza de outra forma.
se ao espírito aprouver valer-me do seu favor insigne,
escrito está: no começo
era o sentido. medita esta linha
e suspende a tua pluma por um momento.
é o sentido que cria e que faz viver?
dizer seria preciso que no princípio
era uma força. um sentimento secreto
em mim se enternece, induzindo-me a prosseguir,
e escrevo - me vem do espírito da intuição -
"no princípio era a ação"...

trecho estraído do livro " a ciência e o imaginário"

retomo hoje a idéia de escrever, aqui, sobre produção de conhecimento.
quando criei este blog, estava procurando informações sobre zigmund bauman.
na época acabara de comprar um livro chamado transgressões convergentes.

este é um livro onde louvamos a transgressão, onde a trasgressão e os transgresores são lidos com verdadeira fruição porque somos convidados por eles a transgredir o cânone, a ignorar o mito, a perguntar o simples e, sobretudo, a nos comover com eles (co-mover, mover-nos com). achemos que talvez seja essa a primeira e última causa do pensar: provocar transgressões, convergir nas margens, voltar e sair com algo parecido a essa liberdade que todos sabem que existe mas que nínguem consegue definir (de-finir, pôr um fim) e que é mais ou menos como a vida.

da apresentação