terça-feira, 28 de dezembro de 2010

metáfora do pensamento

" a recusa é um grau importante na conquista da autonomia."

a fantasia, a imaginação e a criatividade são tão fortes quanto tudo que consideramos concreto, inexorável, seguro.
o inventado é tão forte quanto o real.
a repressão é tão forte quanto a liberdade.
pensei em quantas representações diferentes para as polaridades da existência.
vida e morte.
me ocorreu que culturalmente no ocidente, somos conduzidos a um tipo de armadilha ontológica.
nos identificamos e nos filiamos aos princípios estruturantes da vida, do compartilhar  da existência humana. Ao  passo que nos estruturamos social, científica e efetivamente em princípios de morte.

o tempo passa

" o tempo só anda de ida
a gente nasce, cresce, envelhece, morre.
para não morrer
é só amarrar o tempo no poste.
eis a ciência da poesia: amarrar o tempo no poste.
manoel de barros

" a ciência (da poesia) tem seus mistérios porque o tempo do poema não se localiza na duração das coisas, mas na capacidade de tocar nossos sentimentos e de encher nossos corações e de abrir nossos olhos."
rubens pileggi sá

o texto

Universidade Federal do Rio Grande do Norte


Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado

PPE 0506 -Vícios da Paixão – Ceiça Almeida e Petrúcia Nóbrega



Sincronicidades, convergências e transgressões da paixão

Certezas abaladas

O Seminário Vícios da Paixão, oferecido, como disciplina obrigatória do PPGed, pelas Professoras Conceição Almeida e Petrúcia Nobrega, foi estruturado para possibilitar a identificação dos objetivos, argumentos e tipos de narrativas presentes no trabalho intelectual apresentado por cada um dos Professores convidados.

Na produção apaixonada de conhecimento científico, varios caminhos metodológicos permitem que as experiências do Ser no mundo sejam compartilhadas através da diletante consciência de sabermos que somos diversos de nós mesmos.

Estamos no mundo produzindo conhecimento como ato de paixão criadora, como um estado de ser que introduz novas tensões, pulsões e obcessões de nossos daimons.

Participamos da formação de um modo de operar o pensamento que reage as novas possibilidades trazidas por estas tensões e reconhecemos que a imaginação, a sensualidade, a intuição e até mesmo a paixão, pode dar acesso a um conhecimento que reconcilia o papel do ser natureza humana.

Repor a natureza apaixonada da boa ciência e de uma filosofia encarnada é manifestação ousada e mais uma tentativa de dialogicidade entre logos e poesia, entre razão e sensibilidade, entre vida e representação, entre ciência cartesiana e ciência complexa.

Esse reconhecimento de ousadia é força renovadora na integração da poética à linguagem científica. Vida e ciência imbricados visceralmente através( por meio) da arte, como criação encarnada onde ( em que) o vício do sensível não é obstáculo a ser vencido pela razão, mas sim um sintoma intimo do corpo a ser metabolizado, germinando, crescendo e se desdobrando como um princípio de criação intelectual não esquizóide. O sonho, o devaneio, a alucinação, a paixão, o vício são experimentados como um artifício, uma artimanha ao adentrarmos no campo codificado da linguagem, apresentando soluções que a reintegram à vida e à criação, de um presente percebido como constante nascimento para o passado e para o futuro, numa mobilidade, por vezes, vertiginosa para nossas bases cognitivas construídas, ainda, num paradigma de solidez.

Através (por meio) da narrativa como um (enquanto) operador cognitivo, foram-nos apresentadas várias formas de trabalho científico que consideram a paixão como mola propulsora para construção de pequenas certezas no conhecimento científico.

Considerando o trabalho científico como um escrever bem acerca do que se compreende ou como obcessão que nos move por determinados temas, percebemos que ele funciona como lentes que permitem potencializar e transpor de maneira criativa e, por vezes, metafórica, a experiência de produzir conhecimentos selecionados por aspectos que coincidem com nosso próprio pensamento. Nesse pacto arbitrário, a ciência opera por reduções e modelos produzidos por pesquisadores impulsionados por um excesso apaixonado da razão, nos dizeres de Ceiça Almeida .

É o excesso dessa razão, como um estado de ser da emoção, que deve ser analisada, como um centro do atributo de categorizar e distinguir, tão caros à metodologia científica.

O sujeito e o mundo, a parte e o todo, a prosa e a poesia, a razão e a emoção, Eros e Tanatos – sempre esse jogo de distinções como categorias necessárias para produzir conhecimento do estar no mundo por meio da linguagem e da experiência. Assumir tal posicionamento nos leva a um processo psicanalítico da paixão cognitiva pelo conhecimento, essa esquizoidia, como caminho que agregue a força psíquica do ser no mundo sem distinções.

Sincronicidades

A inscrição corporea da experiência

Mostrava-me, portanto, rebelde às tendencias recentes da reflexão metafísica tais como elas começaram a esboçar-se. A fenomenologia não me atraia, na medida em que postulava uma continuidade entre o vivido e o real. Embora estando de acordo em reconhecer que este engloba e explicita aquele, eu tinha aprendido com minhas três professoras que a passagem de uma ordem para a outra era descontínua; que, para se atingir o real, primeiro é necessário repudiar o vivido, nem que seja para reintegrá-lo mais tarde numa sintese objetiva despida de qualquer sentimentalismo. Quanto á corrente de pensamentos que iria expandir-se com o existencialismo, parecia-me que representava o contrário de uma reflexão válida em virtude da complacencia que demonstrava relativamente as ilusões da subjetividade. Essa promoção das preocupações pessoais, à dignidade de problemas filosóficos implica um risco de desembocar numa espécie de metafísica para costureiras, desculpável a título de processo didático mas muito perigosa ao permitir tergiversações com essa missão, de que a filosofia se incumbiu até o momento de a ciência ser suficientemente forte para se encarregar dela, que consiste em compreender o ser em relação a si próprio e não em relação a mim. (Lèvi-Strauss, 1993. p. 52)

Para mim, a fenomenologia, o vivido que cria o real através da experiência, sempre foi atrante. Não via distinções. Ao escolher a academia como lugar de me pensar no mundo, venho descobrindo os encantos da distinção e o mistério da simultaneidade na produção do conhecimento com método.

Escolher a própria máscara era o primeiro gesto voluntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivelava a máscara daquilo que se escolhera representar o mundo, o corpo ganhava uma nova firmeza, a cabeça podia ás vezes se manter altiva como a de quem superou um obstáculo: a pessoa era. (LISPECTOR, 1972)

A linguagem poética, metafórica e literária passa a diferenciar e a fazer a gradação da experiência humana de produzir conhecimento por outras vias. Ser pesquisadora de uma ciênca que é o mistério vivo que se não indaga, indagado por um método que permite o espaço da criação.

E por aqui, basta tanta poesia. Em excesso se tergiversa, sentimentaliza e se “desemboca numa metafísica para costureiras”, nos dizeres de Lèvi-Strauss em Tristes Trópicos. É preciso cuidado com excessos.

Convergências

A construção de todo um campo de discurso, como estratégia para aguçar o olhar/leitor sobre uma estrutura textual recorrente e superposta. O livro Tristes Trópicos, consiste de diversos textos concorrentes em um mesmo plano ( isso me faz lembrar da geometria descritiva, em que, se não me engano, “concorrente no mesmo plano” significa ter-se duas ou mais retas sobre um diedro, um dos campos possíveis do ponto está entre dois eixos e mesmo assim não se encontrarem no mesmo plano pois tem coordenadas diferentes. Eresia matemática deixada de lado), pode-se falar de um texto filosófico, reformista, de viagem, com uma tese etnográfica.

O conjunto dos costumes de um povo é sempre marcado por um estilo; formam sistemas. Estou persuadido de que esses sistemas não existem em número limitado e que as sociedades humanas, tal como os indivíduos – nos seus jogos, nos seus sonhos ou nos seus delírios -, nunca creêm de maneira absoluta, limitando-se sim a escolher certas combinações, num repertório ideal que seria possível reconstruir. Ao fazermos um inventário de todos os costumes observados, de todos aqueles que foram imaginados nos mitos, de todos aqueles também evocados nos jogos das crianças e dos adultos, nos sonhos dos indíviduos, sãos ou doentes, e nos comportamentos psicopatológicos, conseguiremos organizar uma tabela periódica, como a dos elementos químicos, na qual todos os costumes reais ou simplesmente possíveis apareceriam agrupados em famílias e onde apenas nos bastaria reconhecer aqueles que a sociedade adotaram efetivamente.(Lèvi-Strauss, 1993. p.165).

Todo o trecho na sequencia desse parágrafo de abertura da quinta parte de Tristes Trópicos, – Cadiueus – Uma Sociedade Indígena e o seu Estilo, é seguido por várias descrições que servem de esteio para a conclusão de que, mesmo numa amostragem de 400 desenhos faciais de uma determinada tribo, existem recorrencias que grosso modo, acontecem por um certo consentimento em aceitar e escolher em nome do coletivo, para manter coesa essa entropia chamada vida em sociedade.

Aqui, teço nas leituras realizadas a convergencia que percebi entre Lévi-Strauss e Merleau-Ponty, ao ler um artigo sobre Tristes Trópicos, de Clifford Geertz quando ele diz que o radicalismo reformista no texto de Lévi-Strauss é sensorial e simbolista.

Transcrevo uma citação que diz dessa convergencia:

Encaro essas predileções [por ver o espaço e o tempo em termos qualitativos, e assim por diante] como uma forma de sabedoria que os povos primitivos põem simultâneamente em prática: os povos primitivos alcançaram, com rapidez e facilidade, uma paz de espírito pela qual lutamos, à custa de inúmeras recusas e irritações. Melhor faríamos em aceitar as verdadeiras condições de nossa experiência humana e em reconhecer que não está ao nosso alcançe nos emanciparmos por completo de sua estrutura ou de seus ritmos naturais. O espaço tem valores que lhe são peculiares, assim como os sons e aromas têm suas cores e os sentimentos têm seu peso. A busca desse tipo de correspondência não é uma brincadeira de poeta nem um campo de mistificação, como houve quem se atrevesse a dizer sobre o “Sonnet des voyelles” [“Soneto das vogais”], de Rimbaud; esse soneto é hoje indispensável para o estudioso da linguagem que conhece a base não da cor dos fenômenos, pois esta varia conforme cada interpretação, mas da relação que une um fenômeno a outro e abrange uma gama limitada de possibilidades. Essas correspondências oferecem ao estudioso um tereno inteiramente novo, que ainda poderá ter ricas safras que oferecer. Se os peixes são capazes de fazer distinção estética entre odores, em termos de claridade e escuridão, e se as abelhas sabem classificar a força da luz em termos de peso – a escuridão lhes é pesada, enquanto a luz brilhante é leve -, do mesmo modo deve afigurar-se para nós o trabalho do pintor, do poeta e do compositor, assim como os mitos e símbolos do Homem primitivo: senão como uma forma superior de conhecimento, pelo menos como a forma mais fundamental de conhecimento, e a única que todos temos em comum. (Lévi-Strauss, 1961, p. 126-127. In Geertz, 2006, p. 60-61)

Separados no tempo e no espaço, os Narradores do Sensível Merleau-Ponty e Lévi-Strauss além de todos os intelectuais que passaram por aqui em seus seminários, trataram de experiências equivalentes dessa paixão-vício que é boa para pensar sensível e inteligivelmente e partiram de pespectivas corporais, filosóficas e científicas diferentes desse Ser-Estar no mundo, gênese dos sentidos através dos quais questionamos e buscamos compartilhar da experiência que permite criar métodos para classificar a recorrencia das narrativas dentro do sistema das culturas humanas.

A paixão aqui instaura uma estratégia metodológica para religar conhecimento científico (logos) e conhecimento mítico (mythos) para fazer uma ciência que elege procedimentos que se aproximam em muito da arte.

A arte tomada com metáfora, de um conhecimento sensível e inteligível, é uma representação na qual se pode ver melhor o truque de espelhos que chamamos realidade, atuando como um operador cognitivo estético e uma ferramenta epistemológica.



Transgressões no contorno do inesperado

Entre o vivido e o sonhado



Por conceber a produção de conhecimento contemporâneo, como um exercício que vem alargando os limites disciplinares, permitindo compartilhar com afetividade, estratégias de pensamentos e sabedorias que fazem parte, das referências humanas para ler o mundo, imerso na incerteza, e contribuir para a reforma que vem ocorrendo no pensamento humano essa “utopia realista”, é essencial fazer do trabalho de pesquisa científico um constante ligar, religar e dar voltas concêntricas em desequilibro sobre nossas paixões/pulsões temáticas, sobre nós mesmos, enfim encontrar as chaves das clarabóias de si, nos dizeres de Francisco Ivan.

Analisando as paixões do meu pensamento demoníaco, esse produtor de conhecimento, encontrei um olhar recorrente sobre o cenário onde se representa a atuação humana, esse quadro de vida, a paisagem, esse conceito clarabóia de mim, uma bricoleur.

Na arte da bricolagem, o onírico e o poético são elementos constitutivos do objeto fabricado, não importando a sua rusticidade. È a arte do improviso, do intuído, em que a imaginação, aliada a uma grande habilidade manual, desempenha papel fundamental. (Werneck, 2008, p. 326)

Se abríssemos as pessoas, encontrar-se-iam paisagens, disse certa vez Agnés Vardal (apud SUUSEKIND, 1990, p. 156). Tratando-se de Lévi-Strauss, talvez isso seja verdadeiro, pois é a partir de suas paisagens internas que começa a ver os trópicos. Toda paisagem – diz Lévi- Strauss(1996, p.54) apresenta-se,de início, como uma imensa desordem que nos deixa livres para escolhermos o sentido que preferirmos lhe atribuir.( in Werneck, 2008, p. 226)

É preciso escolher nessa paisagem a experiência estética que amplia o olhar, propiciando outros aprendizados mais ampliados da realidade, pois toda paisagem é composta por uma combinação de vários elementos que se apresentam aos nossos olhos como cores, formas, linhas, texturas, escalas, dimensões e pelo significado que a ela atribuímos a partir de nossas idéias, valores e sentimentos. Ou seja, a paisagem passa a ser entendida como fenômeno vivido, através de aspectos subjetivos das relações humanas com o ambiente, como criação humana ligada a uma maneira de integrar nossos conhecimentos em relação à Terra e à vida.

Neste sentido a simbologia da paisagem é analisada de maneira que as representações da realidade passam a ser tão importantes quanto à própria realidade.

“A imaginação é considerada aquilo que dá significado ao mundo, pois é por meio desta que o ser humano inicialmente realiza as transformações que condicionam sua existência na natureza. A imaginação não resulta apenas dos sentidos nem apenas do intelecto, e seu papel não se vincula puramente à reprodução social. Através de metáforas, a imaginação atribui novos significados aos diversos aspectos naturais e sociais da realidade”. (Cosgrove e Jackson, 2000. p.12).



Aqui ocorre a meu ver o inesperado imbricamento do conceito de paisagem no pensamento complexo: a utopia e o realismo na produção de representações. A arte ousa provocar fissuras na percepção da natureza e da cultura. A produção da paisagem situa-se entre o sonho e a realidade. Faz-se necessário encontrar novas e antigas interdisciplinaridades que enriqueçam esse conceito.



“A terra (o topos), paisagem e ferramenta de produção, situa-se entre o sonho e a realidade. O paisagista tem em consideração a realidade do solo (o meio ambiente) e projeta um sonho. Partilha o seu trabalho. Colabora com a natureza, com o inesperado. O território, quanto a ele, muda de função e de representação: podemos sair do mundo da exploração para entrar no da cultura.” (Châteauvallon, 1996, p. 17).



Significado e imaginação passam a ser termos fundamentais para produzir conhecimento, pois ao incluir em sua abordagem elementos significantes para diferentes sujeitos, a paisagem deixa de ser vista como pano de fundo das atividades e acontecimentos humanos e passa a ser criada, vivida, configurada tanto pelas percepções, valores e atitudes individuais como pelas representações coletivas e, desse modo, sempre se traduzindo numa oportunidade de (re)construção de significações do conhecimento, pois rompe com tradições e reinventa a representação da natureza idealizada pela perspectiva renascentista, começa a ser abalada no modernismo. A representação da paisagem assume uma formulação construída culturalmente, junto com a construção do mundo e de nós mesmos.

E aqui o texto termina sem acabar, posto que prossiga sua tessitura na pesquisa sobra a Paisagem na Obra de Francisco Brennand.

“Nada é mais doloroso, mais angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo, idéias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que também não dominamos. (...) Perdemos sem cessar nossas idéias. É por isso que queremos tanto agarrar-nos a opiniões prontas.” (DELEUZE e GUATTARI, 1992, p.259).





BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL



LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. Trad. Jorge Constante Pereira e revisão de Ruy de Oliveira e Henrique Fiuza. Lisboa: Edições 70, 1986.

MERLEAU-PONTY, Maurice. A prosa do mundo. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2002.



OUTRAS LEITURAS

CHÂTEAUVALLON, Encontros de. Para uma Utopia Realista. Lisboa: Instituto Piaget Divisão Editorial, 1996.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI. Félix. O que é a Filosofia? (trad. Bento Prado Jr. e Alberto Alonso

Muñoz). Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992

GEERTZ, Clifford, Obras e vidas: o antropólogo como autor, por Cliford Greetz; tradução Vera Ribeiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.

LISPECTOR, Clarice. O Livro dos prazeres ou uma aprendizagem. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1972.

o caderno

comecei hoje a transcrever apontamentos realizados no caderno desse ano.
usei suas folhas de papel reciclato para registrar as disciplinas do mestrado.
a primeira foi "vicios da paixão". quem já imaginou que uma das primeiras disciplinas teria esse nome e essa ementa: discutir a idéia de vícios da paixão é repor a natureza apaixonada da boa ciência e de uma filosofia encarnada. vício como obstinação, vontade radical, enigma, ardência, não-eu, plenitude, entrega, desejo e linguagem. espera-se com essa abordagem criar um sentido novo par o vocábulo Vício - passando a significar um operador do pensamento do qual não podemos fugir e que opera a pulsão de vida. o conhecimento apaixonado seria assim um vício... em 2010 a abordagem epistemológica do seminário parte das idéias de Merleau-Ponty e Levi-Strauss, sendo ampliada com a experiencia, filosófica e artística de outros autores, criadores de arte e conhecimento.
a avaliação será a produção de um texto a partir do Dossiê Narradores do sensível:
Merleau-Ponty e Levi-Strauss. RevistanCronos, vol. 09, nº 2, jul/dez 2008. o texto, de 5 a 10 páginas, deverá conter as idéias centrais dos pensadores e uma relação com o objeto de pesquisa/paixão das teses e dissertações em curso.
a segunda foi: Metodologia do Ensino Superior, na qual realizei poucas anotações, mas que mesmo a despeito deste fato contribuiui muitíssimo para a ampliação de saberes relativos a prática docente.
a terceira foi "teorias contemporâneas da cultura". na qual também fiz poucos registros, posto ter sido dinamizada pelo fato de termos que apresentar seminários em grupo sobre alguns livros da bibliografia principal da disciplina.
as outras duas disciplinas, tem uma dinâmica propria.são os seminários de dissertação. que na verdade funcionam como momentos de orientação regular.
intermediando um assunto relativo as disciplinas e outro, algumas poesias e comentários sobre leituras que ocorreram intuitivamente.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

bricouler

começei a me apropriar
de bachelard.

hoje encontrei por onde começar.
a terra e os devaneios da vontade: ensaio sobre a imaginação das forças.
pensei em usar como esteio: pedagogia dos sonhos possíveis de paulo freire.
quero que meu trabalho contribua para abrir novas possibilidades na forma de apresentar um trabalho de pesquisa científica.
quero que seja como uma narrativa contada pela própria matéria em devaneio de criar-nos, dizendo ao que destinamos enfim.
( lembrei-me da professora na banca de hoje* relatando sobre a memória que a leitura da tese de joão bosco, lhe proporcionou. fez um parenteses no rigor duro do momento ritual da defesa pública, para contar brevemente sobre a sua vizinha em aguás lindas no ceára, uma aldeia de pescadores da qual a sra. vizinha, nunca saiu.nasceu, cresceu, criou filhos, e segundo ela morrerá e que relata ser o motivo da sua alegria de viver... uma relação prospera de imobilidade. como nos dizeres na entrada da oficina de brennand. 

metáfora e atividade de aprendizagem

voltei a escrever aqui, que foi eleito hoje, o espaço virtual da minha dissertação do mestrado.
comecei escrevendo a libertação de mim mesma para pensar o mundo com potencia de transformação.
o jogo do i-ching, não responde. sugere uma imagem.
trovão em cima, água em baixo.
palavras particulares como recurso expressivo da linguagem estranho ao sistema da língua.
fundamentalmente a metáfora cria e constrói relações.
as metáforas se transformam, mas podem se petrificar e perder o brilho e a sombra de serem realidades prontas a se modificarem por novas metáforas.